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Novos Rumos na Ufsc - Apontamentos




Apesar de reconhecer o pluralismo de interesse e identidade da dinâmica socioeconômica desigual na universidade, a “Chapa 4 - Novos Rumos”, no pleito das eleições do diretório central dos estudantes da UFSC, não propõe mecanismos institucionais que reparam demandas históricas de reconhecimento recíproco na vida social. 

Os espaços de ação da esfera pública de deliberação já estão estruturadas, foram conquistas históricas do mov. Estudantil dentro desta comarca. No entanto, não consta, formalmente, na carta programa da Chapa 4, uma política efetiva de combate sistemática às opressões de classe, gênero, etnia de grupos menos favorecidos pelas contradições internas do capitalismo. Falar o óbvio é fácil, mas só mimetiza a lógica dos adversários que a chapa tanto critica. 

É um discurso petrificado nas concepções meritocráticas da sociedade. Pensar combate às opressões em sua extensão, é a rigor, a ação que critique de fato as situações de desrespeito social que representam maus-tratos e violação que ameaçam a integridade física e psíquica, a privação de direitos e integridade social do estudante pertencente a uma comunidade político - cientifica universitária, e a degradação e ofensas aos estudantes numa comunidade cultural de valores. É articular um pensamento critico em relação a estrutura viciada das fundações e o financiamento do capital dentro desta instituição, é pensar nas experiências de desrespeito social influencias pelas patologias incitadas na tecnocracia e ordem economicista do capital. É pensar nas múltiplas dimensões que aliam a universidade e seu compromisso com a comunidade catarinense, não a das oligarquias das comunicações, da especulação imobiliária, ou das amarras burocráticas que atrelam a práxis do movimento estudantil paulatinamente à reitoria. Se existe alguma ideologia intrínseca a estes novos rumos, é a da reprodução da posição conservadora, de passividade quanto as lutas contra fraturas sociais e suas organizações de luta presentes e atuantes nesta universidade. 

A posição nos debates da chapa 4, solapa o argumento liberal que permeia a clivagem programática da chapa, só reforça a espoliação de classe e de gênero dentro da universidade. Suscitando, por exemplo, a defesa da proliferação e estruturação das empresas juniores na universidade, ocultam os interesses econômicos e político-ideológicos das forças dominantes da sociedade. Expõe, portanto, o aspecto progressista e desenvolvimentista que “só olha pro futuro” e relega ao ostracismo, as experiências de luta histórica do passado. Agora, recortar um vídeo de forma mesquinha e politiqueira, mostra não somente o raquitismo eleitoral ao qual a chapa 4 se diz afastada, mas se situa no mesmo circulo do jogo de politicagem que se posiciona a deriva vanguardista revolucionaria da esquerda. 

Novos rumos , sem duvidas, representa o imobilismo da direita nos debates propostos nos últimos anos no diretório central, arraigado num discurso independência, se alia as forças partidárias. Propõe um novo modelo, que de renovado nada tem, só reproduz a estrutura da maçonaria na universidade nos últimos 50 anos. Suspeito que novos rumos, ruminem à margem da mesmidade.


Thor Veras